Um projeto
de pesquisa que tem como objetivo viabilizar a produção e aumentar a
disponibilidade de gás natural no estado, de autoria da Companhia de Gás do
Ceará (Cegás), juntamente com a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) e
a Universidade Federal do Ceará (UFC), foi aprovado em edital do Fundo de
Desenvolvimento Econômico, Científico, Tecnológico e de Inovação (FUNDECI) do
Banco do Nordeste do Brasil (BNB).
O projeto
ficou com a maior nota no Ceará e a terceira maior no Brasil, com 81,25,
concorrendo com 57 propostas de projetos de pesquisa. A aprovação no edital do
FUNDECI garantirá o aporte de R$ 1 milhão do BNB para o desenvolvimento da
pesquisa, somando a outros aportes na ordem de R$ 300 mil da Cegás e R$ 300 mil
da Cagece.
“Essa é uma
parceria que todos nós ganhamos, empresas, universidade e, sobretudo, a
sociedade. Isso é bom tanto para a universidade quanto para a indústria. É
através dessa relação que se desenvolve profissionais mais habilitados para o
mercado, além do desenvolvimento de novas tecnologias. E a Cegás, assim como a
Cagece, tem o olhar cuidadoso nesse sentido”, afirma Gustav Costa, diretor
técnico e comercial da Cegás.
De acordo
ele, para aumentar a disponibilidade de gás natural no Ceará, serão
aproveitadas as emissões de CO2 (dióxido de carbono) provenientes dos
biodigestores dos aterros sanitários e fazê-lo reagir com hidrogênio verde para
a produção de um metano sintético, que seria, em seguida injetado na rede de
gás natural da Cegás. O hidrogênio verde que reagiria com o CO2 capturado,
seria gerado a partir do tratamento do chorume dos próprios aterros sanitários.
Outra
oportunidade de produção de gás natural seria aproveitar o potencial das
Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) da Cagece, que durante o tratamento de
efluentes já produzem CO2, que passaria a ser capturado para reagir também com
hidrogênio verde que seria produzido, desta vez, a partir de água de reúso das
próprias ETEs da companhia. “Este é um projeto que está incluído no programa de
inovabilidade energética da Cagece e que vai contribuir também para a
descarbonização de nossas atividades”, explica Thiago Dantas, engenheiro
químico da Cagece.
Aumentar a
disponibilidade de mais gás natural seria para atender uma demanda do
energético em cidades do interior do Ceará. “Nós temos hoje um mapeamento de
uma demanda para interiorizar o gás natural em regiões isoladas da nossa rede.
Essa iniciativa aumentará a disponibilidade do energético para a sociedade e
ainda de maneira renovável, já que ele não será um gás de origem fóssil”,
conclui Gustavo Sousa.
Para William
Magalhães Barcellos, coordenador do Laboratório de Combustão, Energias
Renováveis e Hidrogênio (LACERH) do Departamento de Engenharia Mecânica da UFC,
o projeto é motivo de orgulho e é fruto de uma relação promissora e
cooperativa. “O nosso laboratório vai se tornar um centro de excelência nessa área,
construindo um protótipo. A efeito de análise internacional, trata-se de um
projeto inovador. Poucos países contam com essa tecnologia que se mostra
interessante”, ressalta.
Para o
diretor-presidente da Cegás, Miguel Nery, o projeto permitirá o desenvolvimento
de solução tecnológica que elevará a competitividade do gás natural no estado
do Ceará. A formalização oficial do projeto, com a assinatura de contrato e
dispêndio de recurso para o desenvolvimento da pesquisa será realizada em
fevereiro.
Cagece