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Cirurgia redutora de risco para câncer de mama proporciona esperança a paciente

Foto: Wescley Jorge / Ascom HGCC 


Equipe médica conversa com paciente e aponta os cuidados para a continuação de tratamento

 

“Ah! Viver intensamente, aproveitar cada dia, porque se existe uma coisa que a gente aprende é que tem que aproveitar cada dia de vida. A doença não roubou a minha identidade.” A frase é de Maria Guadalupe Silva Moreira, 26, autônoma, moradora da cidade de Jaguaruana, no Ceará. Os planos para o futuro foram feitos no dia da alta hospitalar, do Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC), equipamento da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). Ela passou pela cirurgia redutora de risco para câncer.

A cirurgia redutora de risco para câncer de mama é um procedimento indicado para mulheres com uma predisposição genética aumentada para desenvolver a doença, como aquelas portadoras de mutações no gene TP53. Essa mutação está associada a um risco significativamente aumentado de câncer de mama, bem como de outros tipos de câncer, como o de ovário.

“Cerca de 10 a 15% dos casos de câncer de mama são ocasionados por mutações herdadas, ou seja, mutações germinativas que favorecem, aumentam a incidência de câncer durante a vida. A cirurgia é uma proposta de redução de risco para paciente. Quando realiza essa cirurgia com reconstrução imediata com prótese, reduz em 90% o risco de desenvolvimento de um tumor de mama e confere um resultado estético significativo. A gente consegue reduzir o risco e consegue uma qualidade de vida melhor [para a paciente]”, explica o mastologista Antonio de Pádua.

Critérios

No Hospital Geral Dr. César Cals, desde novembro de 2022, três procedimentos foram realizados. Para a indicação cirúrgica, alguns critérios devem ser considerados. Dentre os quais, pacientes que apresentaram múltiplos casos de câncer de mama e/ou ovário na família, um ou mais caso de câncer de mama em homem na família, ter um parente de primeiro grau com câncer de mama abaixo dos 50 anos ou que tenha história própria de câncer de mama abaixo dos 50 anos.

“Além disso, a paciente deve ser encaminhada para consulta com geneticista e realizar teste genético com procura de mutações patogênicas em genes que regulam ciclo celular tipo BRCA, TP53 e ATM. Em caso de teste genético positivo, é oferecida a cirurgia redutora de risco”, descreve Pádua.

Guadalupe foi diagnosticada a partir da consulta e exames realizados na Policlínica de Russas. Ela foi encaminhada para o Centro de Ambulatórios do HGCC para consulta de Mastologia e de Oncomastologia. De acordo com Paulla Vasconcelos Valente, mastologista, a paciente passou por mais exames e teste genético, no qual constatou-se a mutação. “A partir desta informação, a paciente iniciou tratamento de quimioterapia. Após término do tratamento, foi indicada cirurgia bilateral com reconstrução mamária bilateral”, aponta.

“No primeiro dia do diagnóstico, foi um baque, mas Deus tem um propósito na vida de cada um. Quando eu soube que tinha que fazer essa cirurgia, eu aceitei bem. Deus me fortaleceu muito. Ele me dá esse refúgio. Não sou de outro planeta, como dizem as minhas amigas”, disse Guadalupe.

O procedimento foi um sucesso. Tudo saiu conforme o planejado. “Paciente evoluiu muito bem, extremamente feliz e satisfeita com o resultado. Após recuperação da cirurgia, retornará à oncologista clínica para iniciar tratamento de hormonioterapia, no Instituto do Câncer do Ceará. Continuará o acompanhamento no HGCC, trimestralmente, durante os dois primeiros anos, e, depois semestral; após cinco anos, anualmente” garante Valente.

Pós-cirúrgico

A cirurgia redutora de risco não garante a prevenção completa do câncer. Outros fatores de risco e variáveis individuais também desempenham um papel importante e é essencial que as mulheres continuem com acompanhamento médico regular e adotem um estilo de vida saudável como parte de uma estratégia abrangente de prevenção do câncer.

“Essa intervenção cirúrgica ajuda a mulher a enfrentar o diagnóstico da mutação, aliada a um estilo de vida que concilia uma nutrição saudável, alimentação equilibrada, atividade física regular, ausência do consumo de álcool e tabagismo. Com isso, a paciente, até psicologicamente, fica mais confortável. Ela está tendo uma ação proativa que vai ajudá-la a enfrentar o problema de uma forma objetiva, clara e comprovada cientificamente”, reforça Pádua.

Para outras pacientes, Maria Guadalupe deixa um recado: “Tenha fé. Converse com o nosso Paizinho do Céu porque ele nos fortalece. Existe o medo de enfrentar o tratamento, porque muita gente se apega ao medo a partir de conversas. A gente tem que viver o nosso momento, o nosso tratamento e não o do outro”, aconselha.

*Conteúdo da Ascom HGCC 

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