Agência
Caririceara.com
Redação
Na manhã da última quarta-feira (17), a Polícia Militar de Aurora-CE foi
acionada por uma jovem de 21 anos, que relatou ter encontrado seu tio, Cícero Ferreira Soares, de 46 anos, morto na residência dele no Sítio Angico de Cima,
na zona rural de Aurora. Os familiares, preocupados com a ausência do homem,
foram à casa do mesmo e precisaram destelhar o local para ter acesso ao
interior, já que estava trancado.
Ao entrarem na residência, os parentes encontraram Cícero Ferreira deitado em
uma rede, já sem sinais vitais. Imediatamente, buscaram ajuda na Polícia
Militar, que orientou a mulher a entrar em contato com o Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência (SAMU) local. No entanto, conforme informado pela mulher, o
SAMU se recusou a enviar uma equipe ao local, alegando que não era parte de
seus protocolos atestar óbitos ou verificar causas mortis.
A jovem foi orientada a buscar apoio no Hospital
Municipal de Aurora - Ignez Andreazza. Porém, o hospital afirmou que só
receberia a vítima se a Polícia Militar emitissem um relatório confirmando que
a morte de Cícero Ferreira foi causada por motivos naturais e não por
violência. A Polícia Militar, por sua vez, explicou que não tem competência
legal para emitir esse tipo de documento.
Diante do impasse, a PM acionou a CIOPS (Centro Integrado de Operações de Segurança) em Juazeiro do Norte, que informou que a Perícia Forense do Ceará (PEFOCE) também não enviaria uma equipe ao local, pois a morte parecia ter sido causada por razões naturais, sem sinais de violência.
Após verificar a situação, a polícia orientou a mulher a acionar uma funerária para realizar o translado do corpo até o Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) na cidade de Barbalha. No entanto, a funerária se recusou a realizar a remoção devido à ausência de um documento oficial de saúde que confirmasse a morte como natural.
Mais tarde, a Polícia Militar entrou em contato novamente com a CIOPS Juazeiro
do Norte, que instruiu a equipe a tentar o contato com o SAMU novamente. O SAMU
reiterou que não realiza o trabalho de atestar óbitos e apenas presta
atendimento de urgência e emergência. Mesmo assim, enviou uma ambulância ao
local com técnicos de enfermagem, mas eles não tinham competência legal para
confirmar a morte.
Um familiar da vítima informou à reportagem que, devido
ao impasse causado pela dificuldade na realização da remoção e verificação do
óbito devido à ausência de um documento oficial que atestasse a morte de Cícero
Ferreira, a família foi orientada a procurar um médico de um posto de saúde. O
médico atendeu prontamente ao chamado, comparecendo à residência da vítima e
atestando o óbito. Em seguida, uma funerária contratada pelos parentes recolheu
o corpo de Cícero Ferreira para os devidos procedimentos e sepultamento.